
Uma tarde, xícaras de chá,
o cheiro gostoso
camomila no ar...
Horas e horas de conversas que tornaram-se memoráveis em nossas vidas. Assim foi o meu encontro com a Larissa Lima, uma união de almas que geraria uma amizade e parceria que preencheria nossos corações de histórias e poesias, nosso fio condutor, o grande amor de
Inês de Castro e o rei Pedro I de Portugal.
Uma das mais belas e comoventes histórias de todas os tempos, o Romeu e Julieta da vida real. O amor deste casal tem seduzido gerações de poetas, escritores, pintores e trovadores desde o século XIV, um desejo proibido, uma relação transgressora que transpôs as barreiras e superou a morte.
Fabiana Viana Moutinho

Amor proibido, força voraz
Palavras traçadas no silêncio mordaz
Pobres corações indomáveis...
Corpos frémitos, toques insaciáveis.
Olhos de Pedro e da linda Inês
Amor que não sucumbiu na humana mesquinhez
Almas refletidas nas águas do Mondego
Desejo que superou à morte...Eterno desassossego.
Relicário doirado dos amantes
Raios intensos, faces de mil diamantes
Amor enunciado no vento.
Ah! Esse amor proibido,
Pelas leis do mundo banido
Doce pecado que por Deus será perdoado.
Fabiana Viana Moutinho
Ficha Técnica
RELICÁRIO DOS AMANTES
Letra
Fabiana Moutinho
Música
Larissa Lima
Harmonia
Larissa Lima e Sérgio Borges
músicos
Sérgio Borges, Violão de sete cordas
Wallace Oliveira, Guitarra portuguesa
Sin Ae Lee, piano
gravação
Jorge Luís Alves (Digital Studio SP)
mixagem e masterização
Daniel Bondaczuk, USA
produção musical
Larissa Lima e Sérgio Borges
produtor executivo
Leonardo Zufo
cenas gravadas em Coimbra, Portugal:
Quinta das Lágrimas
Castelo de Montemor-O-Velho
fotografia e captação de imagens
Tiago Santos, (Átha Films)
auxiliar de vídeo e imagens com drone
Félix Lima
edição de vídeo e produção fonográfica
Thuim Produtora, Editora e Gravadora
A história de Pedro e Inês
Contada nas cenas do clipe
Se há estória de amor que tenha marcado a história de Portugal, é a do amor proibido entre o infante D. Pedro e Inês de Castro, dama de companhia da sua mulher D. Constança Manuel. Apesar do casamento, o Infante marcava encontros românticos com Inês nos jardins da Quinta das Lágrimas.
Depois da morte de D. Constança em 1345, D. Pedro passou a viver maritalmente com Inês, o que acabou por afrontar o rei D. Afonso IV, seu pai, que condenava de forma veemente a ligação, e provocou forte reprovação da corte e do povo.

Conta a lenda que Pedro e Inês trocavam cartas em barquinhos de madeira. Diz-se também que as algas vermelhas são o sangue de Inês que até hoje permanecem.

Cartão Postal da Quinta das Lágrimas, onde Pedro e Inês trocavam suas juras de amor.

"Longo tempo chorando memoraram E por memória eterna em fonte pura As Lágrimas choradas transformaram O nome lhe puseram que ainda dura Dos amores de Inês que ali passaram Vede que fresca fonte rega as flores Que as Lágrimas são água e o nome amores”

Conta a lenda que Pedro e Inês trocavam cartas em barquinhos de madeira. Diz-se também que as algas vermelhas são o sangue de Inês que até hoje permanecem.
Durante anos, Pedro e Inês viveram nos Paços de Santa Clara, em Coimbra, com os seus três filhos. Mas o crescendo de censura à união por parte da corte pressionava constantemente D. Afonso IV, que em janeiro de 1355 reuniu-se com os seus conselheiros no Castelo Montemor-o-Velho para decidir a sorte de D. Inês de Castro, tendo de lá partido no dia seguinte, para executá-la.
Louco de dor, Pedro liderou uma revolta contra o rei, nunca perdoando ao pai o assassinato da amada. Quando finalmente assumiu a coroa em 1357, D. Pedro mandou prender e matar os assassinos de Inês, arrancando-lhes o coração, o que lhe valeu o cognome de o Cruel.

Local onde foi decidida a sorte de D. Inês de Castro.

Local onde foi decidida a sorte de D. Inês de Castro.

Local onde foi decidida a sorte de D. Inês de Castro.
"Existem amores que são enunciados no vento,
Que adentram nossas almas com delicadeza, ou com golpes abruptos e intensos.
Amores livres, amores proibidos, amores.
Traçados em gestos e palavras.
Às vezes gritos violentos,
às vezes silêncio mordaz.
Pobres corações indomáveis,
pulsando na cadência dos desejos.
Insegurança, medo, toques insaciáveis.
Assim era o amor de Pedro e Inês,
Um amor proibido,
aclamado em verso e prosa.
Amor que resistiu às proibições e aos títulos,
às alianças políticas,
e transformou a história de um rei português
e de uma nobre castelhana,
na mais bela história de amor
nas terras lusitanas.
Amor banhado pelas águas do Mondego,
que não sucumbiu a humana mesquinhez.
um amor verdadeiro,
guardado em um relicário doirado
cravejado por mil diamantes.
Desejo que superou a morte.
Corpos delicadamente colocados
frente a frente, a espera do momento final,
para galgar os céus,
vencer as convenções terrenas,
receber o perdão de Deus, tão almejado,
e caminhar lado a lado,
até encontrar a paz na eternidade..."
Fabiana Viana Moutinho

Fabiana Moutinho
Fabiana Viana Coutinho Resende é historiadora, professora, poetisa e mestre em Ciências da Cultura pela Univerdade de Trás-os/Montes e Alto Douro. Trabalha como professora desde 1994. Participou de Jornadas, Simpósios, Fóruns e Congressos nas áreas de História, Cultura, Sociologia e Artes com trabalhos publicados. Em junho deste ano lançará o livro "De Severa a Amália: O esteriótipo feminino no fado" na Fundação Amália Rodrigues, Lisboa, Portugal.
Mais tarde, jurando que se havia casado secretamente com Inês de Castro, D. Pedro impôs o seu reconhecimento como rainha de Portugal. Em Abril de 1360, ordenou a trasladação o corpo de Inês de Coimbra para o Mosteiro Real de Alcobaça, onde mandou construir dois magníficos túmulos, colocados um de frente para o outro para que no dia do juízo final, para que quando ambos levantassem de seus túmulos, a imagem de Inês fosse a primeira que ele veria. Assim ficaria imortalizada em pedra a mais arrebatadora história de amor portuguesa.

O badalar de seus sinos estão registrados na música Relicário dos Amantes.

Colocados frente a frente a espera do juízo final.

Vistos de cima.

O badalar de seus sinos estão registrados na música Relicário dos Amantes.